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Construindo A Inclusão – Brac, Bangladesh

Anupam Ahuja

O Bangladesh vai brevemente celebrar os trinta anos da sua independência. Podemos afirmar que têm sido realizados consideráveis progressos na expansão da educação primária. A percentagem de frequência no sistema formal de educação ronda actualmente os 85%, e em 1985 situava-se nos 55%. Mas isto não tem sido fácil. Uma imensa população, a discriminação das raparigas, uma enorme pobreza, desastres ambientais e naturais resultantes de inundações, uma mortalidade infantil e materna muito elevadas, são alguns dos maiores obstáculos ao progresso. Este artigo explora as lições que se podem tirar para a inclusão a partir do “Bangladesh Rural Advancement Committee (BRAC)” do “Non-Formal Primary Education Programme” (NFPE).

Uma característica especial do sistema de educação primária no Bangladesh é a presença de um número de escolas geridas por ONGs e pelas comunidades. Cerca de 40% das crianças em idade de educação primária estão a frequentar escolas orientadas por organizações não governamentais (ONGs), organizações religiosas e organizações comunitárias. As escolas dependentes das ONGs são financiadas parcialmente pelo governo de modo a suportar parte dos encargos com os salários dos professores. Estas escolas são conhecida especialmente reconhecidas pelas suas estratégias de ensino inovadoras e por receberem os grupos mais pobres da comunidade.

O “Bangladesh Rural Advanced Committee” (BRAC) é hoje uma das maiores ONGs que trabalha na área da educação primária. A acção do BRAC começou em 1972 a quando do repatriamento de refugiados no concelho de Sylhet, a seguir à independência do Bangladesh em 1971e, desde então, tem -se centrado no esforço de minorar a pobreza. O programam do BRAC, “Non-Formal Primary Educativo” (NFPE) foi criado em 1984 como resposta à questão “O que fazer com as nossas crianças?” colocada por um membro duma organização de aldeia. O programa educativo iniciou-se em 1985 com, unicamente, 22 escolas piloto. Agora expandiu-se por 4.000 escolas, frequentadas por cerca de um milhão de crianças.

Os objectivos do NFPE são reduzir a iliteracia generalizada; contribuir para a educação básica das crianças, especialmente as provenientes das famílias mais pobres; promover a participação das raparigas na educação; e suportar o programa do governo relativo a uma educação primária universal.

De momento, estão a ser abrangidas pela rede da Educação para todos mais crianças do que alguma vez aconteceu – quer em sistemas de duração formais quer não formais. O nível de admissão das raparigas é agora igual ao dos rapazes.

A maior parte das escola do BRAC estão situadas no centro das aldeias. O horário das lições é determinado pelos pais e pelos professores. As aulas podem começar cedo, às seis da manhã ou muito tarde, pelas dez horas. Algumas escolas têm dois turnos por dia, dependendo do número de alunos. Estes horários flexíveis permitem que as escolas do BRAC sejam compatíveis com a vida rural. A maioria dos professores são recrutados localmente. é-lhes exigido que tenham completado 9 anos de escolaridade e recebem um curso de 15 dias, acrescido de uma formação em serviço mensal. A comunidade está envolvida na organização dos horários, participa na escolha da localização da escola e assegura o trabalho e os materiais para a construção dos salas de aula.

Os métodos de ensino e as práticas de sala de aula são centrados no aluno e baseiam-se na sua participação. Os exercícios físicos, o canto, a dança, a pintura, as actividades manuais. Os jogos e as histórias estão integradas no currículo. Procura-se captar o interesse dos alunos e manter níveis altos de participação.

O BRAC orienta 2 tipos de escolas. Um dirige-se às crianças que nunca estiveram na escola primária. O outro oferece cursos às crianças que se afastaram das escolas oficiais no nível primário. Depois de completarem os cursos do BRAC as crianças podem continuar a sua educação, inscrevendo-se nas escolas primárias formais no nível que lhes for apropriado.

Se pretendermos que a educação seja para todos e se queremos que as escolas e os professores desenvolvam práticas mais inclusivas, é necessário colocar alguma questões fundamentais. Será que todas as crianças nas classes aprenderam alguma coisa? O que é que aprenderam e como aprenderam? Apreenderam de cor ou através da exploração dos mistérios de que se reveste ……… no ensino primário. o e saíram do ensino primário súedai edifício escolar. es..pda matéria? Os alunos estão sentados na Sala de aula numa disciplina forçada ou têm uma organização informal? O professor é temido ou as crianças têm por ele afeição? Nas escolas do BRAC estas questões foram respondidas afirmativamente.

O trabalho do BRAC demonstra o que é possível fazer quando os sistemas educativos de adaptam às necessidades locais. O governo tem colaborado estreitamente com o BRAC no esforço de tentar que as crianças com mais idade voltem à escola e está agora a dotar muitas das ideias pioneiras que baseiam o currículo e a formação de professores desenvolvidos pelo BRAC. é necessário estabelecer laços cada vez mais fortes entre a educação formal e não formal. A estratégia rígida do sistema educativo formal tem muito a aprender com as estratégias inovadoras da educação não formal que é mais centrada na criança e que promove uma aprendizagem activa. Estes laços irão ser a fonte que irá fazer germinar A Educação Inclsuiva No Bangladesh.

Anupam é uma consultora da UNESCO . Pode ser contactada em:
A-59 Malviya Nagar, New Deli 17, India.
Email: ahuja_anupam@hotmail.com