“Calorosos parabéns pela criação da EENET”
Bai-jun Sun, China

“…é uma iniciativa muito bonita e muito útil para todos os que estão empenhados na mudança para uma educação inclusiva”
Cyntia Duk, Chile

“Acredito que a troca de experiências é particularmente importante, mesmo em países, como o meu, em que é fácil o acesso á informação”.
Giuseppe Mazzarella, Itália

Estas são apenas algumas das reacções calorosas que nos vieram a partir do anúncio da criação da EENET. Desde a Islândia, no Norte, à Tasmânia, no Sul, desde os países economicamente mais pobres, aos mais ricos, a mensagem parece ser a mesma: as pessoas que lutam, nos seus próprios contextos, para encontrar formas eficazes de educar as crianças e os jovens querem saber o que se passa noutros locais.

Evidentemente, mesmo nesta era de comunicação electrónica, a resposta a esta necessidade de encontro constitui um enorme desafio. Isto é tão verdade que as pessoas que estão envolvidas na criação da EENET sentem-se, simultaneamente, entusiasmadas e angustiadas. Esperamos que este Boletim, “Possibilitar a Educação” possa, pelo menos, iniciar este processo, proporcionando aos professores que se encontram nos diferentes pontos do mundo o estabelecimento de contacto, uns com os outros.

Todas as contribuições serão bemvindas. Se tem qualquer coisa a dizer, gostaríamos de o ouvir. Lembrem-se que isto não é uma revista académica com artigos longos e maçadores. é, antes, um meio de encorajar o diálogo entre pessoas que estão empenhadas em fazer com as coisas aconteçam, sejam professores, alunos, pais, responsáveis a nível local, ou seja quem for que esteja envolvido com o progresso da educação.

A EENET está especialmente empenhada em promover iniciativas naquelas partes do mundo em que grande número de crianças não tem a oportunidade de frequentar a escola por razões de pobreza, deficiência, raça, etc..

Reconhecemos que a educação é um conceito muito mais amplo do que o conceito de escolaridade e consideramos que as formas tradicionais ou indígenas de educar devem ser respeitadas e incluídas como parte integrante dos recursos educativos.

Embora o EENET esteja comprometido em desenvolver a comunicação entre os países que, por vezes, se chamam países do Sul, estamos igualmente interessados em manter uma perspectiva global. Fazemos isto baseados na crença firme que os que trabalham em contextos economicamente avançados têm muito que aprender a partir dos esforços e das experiências dos colegas das partes do mundo mais desfavorecidas.

Neste primeiro número tentámos reflectir as ideias, os pontos de vista e as experiências dos que já participam nesta iniciativa. Isto é parte dum processo mútuo de aprendizagem e pedimo-lhes para serem críticos em relação ao que lerem. Ajudem- nos a tornar a EENET útil, através dos vossos comentários e das vossas informações. Contamos convosco, caros leitores, para nos ajudar …..

O objectivo mais importante do EENET é encorajar a partilha de experiências e de ideias.

Caminhando para a Inclusão: o papel da informação

Este foi o título do primeiro seminário da EENET que teve lugar em Manchester, em 15-16 de Julho de 1997. Este título resume precisamente a razão de ser da EENET: partilhar informação sobre a problemática da educação inclusiva. Os parágrafos seguintes referem, com maior detalhe, do que se trata e a razão porque foi criado.

Porquê a EENET?

  • A investigação internacional, a literatura e os Congressos tendem a ser dominados pela perspectiva do Ocidente/Norte;
  • O fluxo da informação tende a seguir do Norte para o Sul conduzindo a uma exportação acrítica dos debates e das práticas do Ocidente/Norte;
  • Os agentes educativos têm falta de oportunidades para um trabalho em parceria e carecem de acesso à informação relevante;
  • Há uma falta grave de recursos materiais nas línguas locais.

Quem está até agora envolvido no EENET?

  • A Fundação “Save the Children” (SCF) identificou esta necessidade e tomou a inictiva;
  • Organizações não Governamentais (ONG) internacionais e instituições de investigação estão a trabalhar em partenariado com a EENET;
  • A Universidade de Manchester contratou a Coordenadora. Ela está baseada no “Centro de Necessidades Especiais” e numerosos profissionais e alunos estão a desenvolver um papel activo na EENET;

A organização Norueguesa “International Disability Alliance” (NIDA), a “Radda Barmen” e a “Associaziuone Italiana Amici di Raoul Follereau (AIFO)” concederam os fundos iniciais.

  • A Tecnologia Inclusiva desenvolveu e está a proporcionar o Web Site a um preço reduzido.

O que vai fazer a EENET?

  • Estabelecer contactos e facilitar o diálogo;
  • Proporcionar informação actualizada sobre a educação inclusiva e assuntos afins;
  • Publicar artigos;
  • Organizar Seminários;
  • Produzir um Boletim regular.

A Equipa da EENET

Embora, de momento, a EENET só possua um elemento profissionalizado, Susie Miles, uma pequena equipa de ajudantes voluntários permite que a EENET não esteja limitada ao tempo e à energia de uma única pessoa, contratada a tempo parcial.

Da esquerda para a direita:Windyz Ferreira
Uma estudante de doutoramento do Brazil

“Implementar a inovação nas Necessidades Educativas Especiais” 6-10 de Julho, 1998
Mel Ainscow e Joseph Kisanji vão orientar um seminário intensivo para 30 responsáveis de diferentes partes do mundo. Contactar EENET para mais informações.

“Seminário sobre Educação Inclusiva”, 2-7 de Março de 1998, Agra, índia.Será um seminário que foca os problemas do Sul, para 30 participantes. Esta a ser organizado pelo “International Disability Consortium” com apoio do
EENET. Contactar Susie Miles, para mais pormenores.

Mel Ainscow
Director do Centro de Necessidades
Especiais

Joseph Kisanji
Leitor de Necessidades Especiais (internacional) da Tanzânia.

Inclusão através da colaboração no Lesoto

Palesa Mphohle & Hilda Paneng são pais de crianças com deficiência mental e são fundadores da “Lesotho Society of Mentally Handicapped Persons” (LSMHP).

Neste artigo Palesa e Hilda sublinham alguns dos benefícios que obtiveram da sua estreita colaboração com o programa de educação inclusiva do Ministério da Educação.

Os pais tornaram-se mais conscientes das necessidades do seus filhos. Têm agora expectativas mais realistas sobre eles. São capazes de dar conselhos aos professores, de os ajudar a lidar com eles na escola e podem responder às suas perguntas, em relação à sua educação. Sentem-se como parceiros que estão ao mesmo nível dos professores e sabem que devem dar as mãos e trabalhar para o sucesso da educação inclusiva.

O conhecimento que adquiriram através da participação no Seminário organizado pela Unidade de Educação Especial desenvolveu a sua confiança e contribuiu para a sua valorização. Já não se sentem inferiores perante os profissionais, especialmente os professores. São convidados a fazer comunicações e a partilhar a sua experiência em seminários.

Alguns factos chave acerca do Ministério da Educação inclusivas no Lesotho

Quando os Monitores ou os Pais/ Consultores adquirem algumas ideias sobre a forma de desenvolver a educação inclusiva, estabelecem amizade com os professores da suas próprias comunidades e frequentam Seminários, com eles. Mais tarde, os professores podem ajudar os pais, disseminando a informação sobre o direito das crianças deficientes serem incluídas no sistema regular de ensino. Esta estratégia torna mais fácil e mais rápida a expansão dos conceitos da Educação Inclusiva, uma vez que os pais conseguem atingir todas as escolas na sua área, mesmo em locais em que a educação especial não chegou.

A colaboração não é só entre pais e professores, mas com outras organizações que acreditam na inclusão: O “Lesotho National Federation, a “Organization of the Disabled” (LNFOD) e a “Community Based Rehabilitaion Programme” no Scott Hospital. Isto envolve um planeamento conjunto, a partilha de recursos e a troca de conhecimentos.
LSMHP, Box 7699, Maseru, Lesotho

Preparar os professores para a educação inclusiva
Um “Conjunto de Materiais”, constituído por vídeos, para uso de cursos de formação de professores a nível inicial e em-serviço.

Lilian Mariga, Lineo Phachaka and Roy McConkey

O “Conjunto de Materiais” tem três objectivos principais: proporcionar modelos de boas práticas de sala de aula; apoiar os formadores de professores, a nível local; partilhar informação sobre educação inclusiva.

Todos os vídeos foram gravados em localidades do Lesoto, tanto em áreas rurais, como urbanas. Os vídeos baseiam-se nas experiências e nas práticas dos professores Basotho o que leva a considerá-los especialmente indicados para o Lesoto e, de forma mais global, para a áfrica do Sul. Os professores-formandos aprendem mais facilmente se utilizarem materiais que podem facilmente identificar.

O C.M. consiste em 13 programas de vídeo, totalizando cerca de 4 horas e divididos em 4 partes , cada um relativo a um tema específico da educação inclusiva. São eles: Dados básicos; Deficiências mais frequentes; Adaptação curricular e resposta à diferença.

Fornece-se um guia para os Formadores que vão utilizar estes materiais. Este guia contém recomendações de actividades de aprendizagem dirigidas aos formandos. “. Muitas destas actividades foram desenvolvidas em seminários organizados pela unidade de Educação especial durante a fase piloto do projecto. Este C.M. está presentemente a ser testado no Lesoto, tanto em formação inicial como em formação contínua.
Mais informações podem ser obtidas de: Lineo Phachaka, Special Educatiopn Unit, Ministry of Education, P.O. Box 47, Maseru, Lesotho.

O material vídeo vai ser distribuído em breve pela EENET, por um preço de L 30. A versão total deste artigo pode ser encontrada no Web site do EENET.

A produção do Vídeo foi subsidiada pelo SCF (UK) e por “Comic Relief”.

1987 As pessoas com deficiência fizeram um lobby pela educação integrada/inclusiva
1987 Foi nomeada uma consultora para delinear as orientações e a política
1988 Foi formulada uma política de integração
1991/2 Foi nomeado um consultor para a Unidade de Educação Especial
1992/3 Foi feito um estudo de viabilização e foi preparado material
1994/5 Avaliação
1995/6 Foi introduzida a perspectiva da inclusão na Escola Superior de Educação para a formação de professores.

Deve acentuar-se que as classes primárias no Lesoto têm um ratio médio de 52 alunos para um professor. Em algumas das escolas piloto havia quase 100 alunos em cada classe. Muitas crianças têm de andar cerca de 10 km para a escola e nem todas as crianças tem acesso a uma educação formal.
Atingindo os inatingidos: A experiência da Palestina durante a Intifada

George Malki partilha o seu ponto de vista pessoal

Quando me pediram para escrever um artigo para a EENET, pensei que, enquanto Palestiniano, não podia ignorar a situação política e a ocupação israelita do West Bank, Jerusalém Oriental e a faixa de Gaza que se seguiu à guerra de 1967. Decidi que devia escrever sobre a nossa situação específica durante a revolta popular, conhecida como Intifada. Se a EENET pretende atingir os inatingidos e integar uma mais vasta audiência, então, a experiência única da Palestina deve ser partilhada. Vou-me centrar essencialmente nos jovens que ficaram com deficiência como resultado da Intifada, o que foi feito por eles e a necessidade de uma política de reabilitação e de legislação à luz do Estado emergente da Palestina.

Durante os longos anos da ocupação de Israel, tinha sido estabelecido um complicado sistema administrativo que afectava todo os aspectos da vida. Com o advento da revolta da Palestina em 9 de Dezembro de 1987, a situação tornou-se bem pior. Os estabelecimentos educativos foram expostos à violência e alguns foram obrigados a fechar, resultando desse facto que as crianças Palestinianas perderam entre 35% a 50% dos seus dias de escola, entre 1988 e 1992. Como resposta a este facto, criou-se um comité popular para ensinar em cada cidade, vila ou campo de refugiados. Era vulgar ver escolas a funcionar em casa, mesquitas, igrejas e clubes, longe dos olhos dos Israelitas que consideravam esta prática ilegal.

Num dos cartazes lê-se:
“O problema das pessoas deficientes não é a sua deficiência mas a forma como a sociedade as encara…Dêem-me uma chance e eu mostro-lhes o que posso fazer”.

No meio da constante instabilidade no país, o grupo das pessoas com deficiência sentiu-se ainda mais alienado do conjunto da comunidade e continuou a desenvolver modelos segregados de educação e de reabilitação. Ironicamente, a Intifada trouxe com ela uma súbita explosão de interesse sobre a deficiência. As confrontações entre jovens com pedras e os soldados com armas, produziu um aumento dramático de deficiências permanentes, tais como as lesões da coluna, a perda dos olhos e as amputações. Os jovens que ficavam lesionados eram olhados como heróis e toda questão da reabilitação sofreu uma profunda viragem. Milhões de dólares foram injectados para se criarem grandes centros de reabilitação muito bem equipados mas sem que fosse focado qualquer problema para além dos do foro médico. Em contraste, as necessidades das pessoas com deficiência não vítimas da Intifada foram eclipsadas.

Esta explosão de interesse pela deficiência trouxe muitas mudanças positivas que ultrapassaram os serviços de reabilitação baseados nas instituições. Capitalizando a partir da experiência da educação comunitária, os técnicos de reabilitação foram desafiados a responder às necessidades de reabilitação nas respectivas comunidades e foi introduzida a “Reabilitação de Base Comunitária”. Formaram-se comités locais e mais tarde a colaboração dos esforços permitiu a criação do Comité Nacional de Reabilitação, em 1990.

A administração do sector da deficiência é dificultada pelo facto de estar nas mão de inúmeras Organizações Não Governamentais (ONG’s) que controlam a “indústria da reabilitação”. Isto tornou-se evidente a partir da minha investigação dos últimos dois anos. As pessoas que eu encontrei no trabalho de campo exprimiam a necessidade de legislação, de maior cooperação entre os que controlam as organizações de deficientes, melhor formação de professores e trabalho mais eficaz na mudança das atitudes negativas face à deficiência. Gostaria de ver maior cooperação entre a Autoridade Nacional Palestiniana e as ONG que trabalham nesta área.

George Malki é um estudante que prepara o seu doutoramento no “Centre for Educational Needs”, da Universidade de Manchester e pode ser contactado através da EENET.

Aprendizagem Cooperativa através do Drama

Febronia Maria Vollatile conta a sua experiência de professora do ensino primário na Sicília

A minha escola está situada numa área suburbana de Catânia, na ilha da Sicília. Aqui muitas crianças vêm dum meio carenciado sob o ponto de vista social e cultural e, na maioria dos casos, pelo menos um dos membros da família, muitas vezes o pai, está na prisão. Assim, estas crianças vivem num ambiente agressivo e inseguro.

Quando me disseram que iria ensinar duas classes com problemas de disciplina e em que as crianças não mostravam interesse em estar na escola senti-me confusa e impotente. Estas crianças recusavam a escola “em bloco”. Eu não sabia como me relacionar com elas e com as suas famílias.

Aprendi a lidar com o problema com a ajuda do “Conjunto de Materiais da UNESCO – “Necessidades Especiais na Sala de Aula”. Aprendemos que os professores devem pensar nos alunos como participantes activos no processo de aprendizagem, ao longo do planeamento das actividades curriculares. Para se ajudarem as crianças a desenvolver atitudes positivas, levámo-las a desenvolver as suas capacidades criativas. Organizámos um “laboratório teatral” para darmos às crianças um instrumento que possibilitasse a ligação entre a fantasia e a imaginação e o mundo real e o sentido da vida de todos os dias.

Em Catânia, uma cidade que se confronta todos os dias com os problemas da Mafia, é importante dar às crianças a consciência de que a vida pode ser bela quando cooperamos para tornar o mundo melhor.. Os professores que compreendem o seu papel na sociedade, ajudando as crianças a serem alunos da vida têm mais possibilidades de mudar os aspectos negativos da sociedade. O conceito de partilha, de aceitação das regaras que governam as relações entre professores e alunos, entre escola e família, entre governos e cidadãos, reconstruem nas crianças o sentimento de pertença.

Têm usado o Conjunto de Materiais da UNESCO? Quais têm sido a vossas experiências? Estamos ansiosos por ter notícias vossas.
O Conjunto de materiais da UNESCO consiste num conjunto de materiais e de actividades que servem de base a Seminários e que podem ser utilizadas para ajudar o desenvolvimento de práticas mais inclusivas. Para além disso, contémDiversos vídeos com esta temática. São eles:

Introdução às Necessidades Especiais na Sala de Aula: um vídeo de promoção de 14mn. Preço US$30Um vídeo de treino: contém os conceitos a apresentar quando se introduz o projecto. 50mn US$30

Escolas inclusivas: ilustra escolas de Espanha, Inglaterra. Portugal e Nova Zelândia. 60 min US$30

Esta informação foi adaptada da “Special Needs Outreach”, Boletim de Educação Especial da UNESCO, N° 3 Abril de 1994.
Todos os materiais podem ser pedidos a Lena Saleh, UNESCO, 7 Place de Fontenoy, Paris France.

Finalmente a nossa voz é ouvida
Rachel Hurst mandou-nos este texto de Genève

“Chamo-me Chantal Rex. Sou uma jovem deficiente de 17 anos que representa a áfrica do Sul ”

“Chamo-me Pearl Makutuone. Sou um jovem surdo do Soweto, em Joanesburgo”

Com estas palavras de abertura as duas jovens fizeram a primeira apresentação feita por crianças nas Nações Unidas, no Comité sobre os Direitos das Crianças. O Comité teve a sua reunião “temática” anual sobre as crianças deficientes . no dia 6 de Outubro, em Genève.

Chantal, exausta por se ter deslocado através dos infindáveis corredores do edifício das NU, com as suas canadianas, explicou como a sua família foi obrigada a deslocar-se da sua aldeia para a Cidade do Cabo, para que ela pudesse receber apoio médico e educativo. Pearl, tornada surda por causa das revoltas do Soweto, falou da sua frustração e do seu isolamento, causados pelas dificuldades de comunicação e atitudes supersticiosas em relação às pessoas com deficiência. Estavam zangados pelo factos dos direitos para as pessoas deficientes serem sempre negados. Vieram solicitar que a sociedade não “os impedissem de ter uma vida melhor. Exigimos o reconhecimento que merecemos. Não tenham pena de nós, mas tornem-se activamente envolvidos e dêem-nos apoio!”

As suas palavras comoveram muitos até às lágrimas e vieram confirmar as apresentações anteriores feitas por adultos deficientes que descreveram a contínua violação dos direitos das crianças deficientes à própria vida, através do aborto, das leis da esterilização e das práticas médicas. Com os corações e os espíritos empenhados, o Comité deu um grande impulso para acções futuras. Sentiram que as deficiências causadas por barreiras que provêem das atitudes e do ambiente são a maior descriminação e violação dos direitos humanos. Sem qualquer dúvida, as vozes destas duas crianças trouxeram uma diferença fundamental.

Rachel Hurst é Directora do “Disability Awareness in Action”, uma ONG Inglesa, baseda em Londres. 11, Belgrave Rd. London, SW1V 1RB. Tel: 44 171 843 0477. Fax: 44 171 821 9539.f

Deixem a EENET espalhar-se pelo mundo
Bai-jun Sun

A causa da educação está a viver profundas mudanças não só nos países desenvolvidos, mas também nos países em desenvolvimento. Esta mudança visa, especialmente, o acesso à educação para todas as crianças e o sucesso educativo real através de um estratégia educativa adequada. Esta mudança está a desafiar todas as equipas educativas do mundo.

O slogan, na China, de “nove anos de educação obrigatória” significa que todas as crianças em idade escolar devem ir à escola durante, pelo menos, nove anos, e isto inclui as crianças com deficiências físicas ou mentais. Em vez de ser “educação para o exame”, o slogan torna-se ” praticar educação de qualidade”. A chamada educação tem três factores fundamentais: (1) a educação é obrigatória e todas as crianças têm o direito à escola regular; (2) os alunos devem ter uma educação comum em moral, inteligência treino físico e treino estético; (3) os alunos devem ser estudantes activos, “senhores de aprenderem por si mesmos”.

Quando olhamos para o que temos feito no passado, cada educador deve compreender o enorme desafio que estamos a encarar. Os diferentes ambientes socio -económicos tornaram a educação inclusiva a meta perfeita para todas as crianças. No entanto, os professores precisam, primeiro, de ter ajuda! Precisam de informação internacional. Precisam de apoio técnico. Precisam de oportunidades de partilhar a sua experiência. A criação da EENET trouxe-nos um canal útil para trocarmos experiências a nível mundial. Esperamos sinceramente que a EENET nos ajude a acabar para sempre com a marginalizarão em educação.

Bai-jun Sun, trabalha na divisão de formação de professores do departamento de Educação da Região Autónoma da Mongólia Interior, Hohhot, Inner Mongolia, China 010010.

Boa planificação ou um milagre?
Rosa Eggertsdottir

Kalli é um simpático rapazinho de 10 anos. Vive numa cidade de 15,000 habitantes no Nordeste da Islândia. Está a frequentar o 5° ano na escola do seu bairro e passa os dias a estudar Islandês, Matemática, Estudos Sociais, Ed. F. etc.. Algumas vezes trabalha sozinho mas, frequentemente, participa em actividades de aprendizagem cooperativa com os colegas. Fora da aula, ele e os colegas brincam e lutam, vêem Vídeos, fazem passeios fora da cidade e assistem a jogos de handball. O seu herói é Duranona, um campião de handball.

O facto de Kalli ter uma deficiência grave – quase não poder falar ou controlar os seus movimentos – causou muita preocupação na escola. Desde o início, o ensino foi considerado eficaz por diversas razões. Há progressos nos seus estudos e o seu ambiente social é forte, quer na sala de aula quer fora dela. Para se expressar, usa um sistema de comunicação chamado “Bliss”, quer através de quadros, quer através duma lanterna acoplada aos seus óculos. Também usa o computador, com a ajuda dum adulto. Os movimentos de cabeça, as expressões dos olhos ou faciais são, igualmente, formas de comunicação. é extraordinária a velocidade de comunicação que, ao longo dos anos, foi estabelecida entre ele e os colegas.

Durante uma lição sobre produção de mapas, um deles poderá dizer: ” Kalli, que mapa do tesouro preferes para continuar? – este é um (aponta para a sua mão esquerda) e este é o outro (aponta para a mão direita)”. E Kalli ou olha para a mão direita ou para a esquerda, dependendo da sua preferência. Com a ajuda do professor colabora na criação do mapa.

A óptima situação desta classe não é uma coincidência., nem surgiu espontaneamente. Funciona bem porque foi planeada para o ser, tal como qualquer outra boa prática na escola. Os pais, em estreita cooperação com os professores, desenvolveram as suas competências, favorecendo uma atmosfera positiva para a aprendizagem e o crescimento social.

Rosa Eggertsdottir é a directora do departamento local de educação na região Nordeste da Islândia. Rosa e os seus colegas estão a planear documentar a sua experiência e produzir um “Conjunto de Materiais” para a formação de professores. Colegas de Espanha e áustria vão colaborar com ela nesta aventura.

Skólathjónusta EythingsGlerárgotu 26, 600 Akureyri, Iceland
Tel: 354-460 1480
Fax: 354-460 1490
Email: rosa@nett.is

Publicações úteis

Disponíveis através do EENET- a não ser que seja referido o contrário

Promovendo a educação inclusiva: formação para os utilizadores da ficha sobre a actividade “Criança – a – Criança”.

Maysa Hawwaash, Najat Sobah e Lucienne Maas produziram este Conjunto de Materiais baseado no seu projecto piloto no Centro para Crianças Deficientes , em Jerusalém. A ilustração junta pertence a este material. Contactar Joan Carey para mais pormenores: 17, Grove Lane, London Se5 8RD, UK

A maior parte dos artigos publicados no Boletim são adaptações do original. Se pretenderem ter uma cópia de qualquer artigo, na versão total, contactem a EENET.

Recebemos artigos e fotografias do Vietname, Zimbavue, Uganda, Tasmânia, Brunei Darussalem e Suécia, mas não pudemos publicá-los neste número. Muito obrigada a todos pelas vossas contribuições!

Para conseguir a inclusão: a experiência inglesa da “Save the Children Fund” em educação integrada.

Isto inclui estudo de caso de China, Laos, Lesoto, Tailândia & Vietname, assim como a análise do processo de integração /inclusão.

Para conseguir a inclusão: a experiência global do SCF (UK)

Por Sue Stubbs. Estes documentos do SCF aparecem na Web site do EENET.

Primeiros passos: Histórias de inclusão em Intervenção precoce.

Trata-se duma nova publicação da UNESCO contendo histórias de 13 países (122 páginas). Ver na pág. 5 a morada da UNESCO.

Vozes diferentes
Uma publicação nova que demonstra as práticas exemplares de seis professores da tasmânia na educação de alunos com grandes necessidades de apoio. Os materiais referem a experiência e a prática de professores de nível pre-escolar, primário, secundário e superior. O texto visual apresenta uma mostra fotográfica de escolas e de práticas dos professores. As histórias mostram como são diferentes as formas de resposta às necessidades dos alunos, enquanto parte da vida diária da sala de aula.Contactar: Julianne Moss, Leitora de Educação Infantil e Primária, Universidade da Tasmânia, Box 25c-66, Hobbart, 7001, Autralia.

Um novo conjunto de Vídeos da Guiana
O programa RBC da Guiana, com a colaboração do Dr. Roy McConkey, elaborou um programa para formação em vídeo intitulado: O desafio da introdução de crianças com deficiência nas escolas regulares. O material consiste em programas de 10, 12 minutos e de um manual ilustrado com 60 páginas. Custa US$80, incluindo o custo de envio. O pagamento deve ser feito em nome do programa RBC da Guiana. Podem requisitar:
O preço – se estes vídeo da seguinte forma: Para cópias NTSC, escrever para Dr. Brian O’Toole, CBR Programme, PO Box 10847, Georgetown, Guyana. Fax: 592 2 62615.

Para cópias PAL escrever para Dr. Roy McConkey, School of health Sciences, University of Ulste0QB, N Ireland, UK.

Inclusão em Acção

Conjunto de 2 cassetes áudio, um guia (livro) e cartas temáticas. Preço L20.

Educação inclusiva: um enquadramento de mudança, segundo perspectivas nacionais e internacionais

PreçoL4.50Estes materiais podem ser pedidos a: Centro de estudos sobre educação Inclusiva (SCSIE), 11, Redland Close, Elm Lane, Redland, Bristol BS6 6UE UK.

PODEM?

Fazer publicidade ao EENET; Desenvolver e apoiar uma rede de comunicação na vossa área; Compilar uma lista de textos/ artigos/ relatórios que tenham escrito, que pensem ser úteis para os leitores do EENET; traduzam artigos/ documentos do EENETR nas língua relevantes.

Se fizerem isto, gostaríamos de ter notícias vossas!

EENET na INTERNET: http:// www. Eenet.org.ukPor favor, mandem-nos artigos em disquete se quiserem que apareçam na Internet.

Se quiserem estar na nossa lista de endereços contactem:

EENET
Centre for Edcational Needs
Schools of Education
The University of Manchester
Oxford Road
Manchester
M13 9PL
UK.